Obesidade


terça-feira maio 27, 2008

A obesidade é um problema cada vez mais comum e seu tratamento representa um desafio para médicos e pacientes. São muitos os investimentos para compreender as raízes desse complexo problema, mas os avanços no tratamento da obesidade ainda deixam muito a desejar1.

Introdução

A obesidade nada mais é que o excesso de tecido adiposo. É fácil detectar e caracterizar a obesidade. Isso é feito normalmente calculando-se o índice de massa corporal (IMC), que é o resultado do peso (em quilogramas) dividido pelo quadrado da altura (em metros). O IMC normal é aquele que tem valores entre 18,4 e 24,9. Valores entre 25 e 29,9 caracterizam indivíduos com sobrepeso e valores acima de 30 são indicadores da obesidade. Os obesos classe I têm IMC’s que variam de 30 a 34,9. Os de classe II exibem IMC’s de 35 a 39,9. Acima desse valor fala-se em obesidade de classe III – ou obesidade extrema (termo menos pejorativo que a expressão “obesidade mórbida”).

Além do peso, existem outros fatores importantes na avaliação da obesidade. A distribuição de gordura corporal é um deles. Estudos mostram que o excesso de gordura ao redor da cintura e dos flancos (a chamada obesidade “em maçã”) correlaciona-se com mais riscos à saúde que a presença de tecido adiposo nas coxas e nádegas (obesidade “em pêra”).

Acredita-se que pelo menos 60% dos homens e 50% das mulheres norte-americanas estão acima do peso adequado. Os negros – particularmente as mulheres negras – estão mais expostos ao risco de obesidade. A pobreza também é um fator de risco associado à obsedidade2.

Conseqüências sobre a saúde geral

Muitas doenças incidem preferencialmente sobre obesos. Entre elas, destacam-se a hipertensão arterial, o diabete melito do tipo 2, as dislipidemias, a doença arterial coronariana, as doenças degenerativas das articulações e problemas psicológicos. Certos cânceres são mais prevalentes em pacientes obesos (é o caso dos cânceres de cólon, reto e próstata em homens e dos cânceres de útero, trato biliar, mamas e ovários em mulheres). Trombo-embolismos, doenças do trato digestivo e da pele também são mais comuns entre obesos. Neles, o risco de cirurgias e de problemas com a gestação e o parto também são maiores. Doenças pulmonares, endócrinas e renais também costumam castigar mais os pacientes obesos.

Causas

Até pouco tempo, a obesidade era considerada o resultado de uma vida sedentária associada ao consumo de calorias em excesso. Embora esse seja um mecanismo que inquestionavelmente leva à obesidade em grande parte das pessoas, hoje já se sabe que fatores genéticos e constitucionais podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade. Estudos com gêmeos e crianças adotadas demonstraram estreita relação entre o IMC dos pais biológicos com o de seus filhos, ao passo que a mesma relação não pôde ser atribuída a fatores ambientais.

Em camundongos, já foram identificados genes responsáveis pelo controle do apetite1. Mutações nesses genes, em humanos, podem ser responsáveis pela obesidade de muitas pessoas. Um desses genes codifica uma proteína – a leptina –  que possui receptores nas células cerebrais e provavelmente atua regulando a vontade de comer3.

A maioria dos casos de obesidade em humanos provavelmente decorre de uma interação entre o arcabouço genético, fatores ambientais e o comportamento.

Menos de 1% dos obesos exibem algum problema de saúde que possa justificar a obesidade. Hipotireoidismo e síndrome